Para qualquer empresa, entender e conhecer os seus custos são tarefas essenciais para auxiliar na tomada de decisões e na formação do preço de seus produtos/serviços. Para as transportadoras isto não é diferente, já que conhecer os custos do transporte rodoviário de cargas, irá axiliá-los na formação de preços de fretes que sejam adequados para pagar as despesas e obter um percentual de lucro desejado.
Desta forma, conheça a seguir os principais custos no transporte de cargas.
Custo de coleta, entrega e transferência
Os custos de coleta, entrega e transferência, são os custos diretamente relacionados com as atividades do transporte de cargas e são divididos em custos fixos e variáveis.
Custos Fixos
Representam custos que não variam conforme a distância percorrida dos veículos, ou seja, são custos que existem mesmo com o veículo parado e são geralmente calculados mensalmente.
Os custos fixos são compostos por alguns dos seguintes componentes:
– Salário do motorista;
– Salário da oficina;
– Licenciamento;
– Reposição do veículo;
– Reposição do equipamento;
– Seguro do equipamento;
– Remuneração do capital empatado, entre outros.
Custos variáveis
Ao contrário dos custos fixos, os custos variáveis variam de acordo com a quilometragem rodada dos veículos.
Os custos variáveis são compostos por alguns dos seguintes componentes:
– Peças e demais acessórios de manutenção;
– Combustível e lubrificantes;
– Pneus, recauchutagens, entre outros.
Despesas indiretas
Conhecidas como despesas administrativas, as despesas indiretas são aquelas que estão indiretamente relacionadas à operação do veículo. Neste caso, variam conforme o volume de carga movimentada e não com a quilometragem rodada dos veículos.
As despesas indiretas estão divididas da seguinte maneira:
– Salários e encargos de pessoas não envolvidas diretamente com a operação do veículo (ex.: administrativo, vendas, comercial, entre outros);
– Despesas necessárias para o funcionamento da empresa (ex.: aluguel, impostos, comunicação, entre outros)
Custos relacionados com o valor
Os custos relacionados com o valor são aqueles referentes à gestão do risco de acidentes, avarias e o gerenciamento de riscos de roubos. Estes custos podem ser divididos em dois grupos:
Custos de gestão de riscos de acidentes e avarias (frete-valor)
O frete valor tem como objetivo agregar um valor para o transporte de mercadorias, sendo composto pelos seguintes itens:
– Indenização por extravios, perdas, danos e riscos não cobertos pelo seguro;
– Administração de seguros;
– Prêmios de RCTRC;
– Segurança interna;
– Seguros de instalações, entre outros seguros.
Custos de gerenciamento de riscos de roubos (GRIS)
Os custos com o GRIS estão relacionados com a segurança da carga (roubo de cargas), e nestes custos estão inclusos:
– Seguros facultativos de desvios de cargas (RCF-DC);
– Salários (ex: horas extras; monitores de equipamentos de rastreamentos e segurança, entre outros);
– Investimentos (ex: sistemas de rastreamentos; reposição de equipamentos, entre outros);
– Custos operacionais de gerenciamento de risco (ex.: bilhetagem, taxas Do FISTEL, escoltas; entre outros)
Outros Custos
Representam todos os custos que não estão relacionados com o volume ou o peso do bem transportado. Alguns destes custos podem ser:
– Custo de permanência de carga (armazenagem): Ocorre quando existe a necessidade da armazenagem de cargas após o quinto dia útil de permanência desta;
– Custo de cubagem: Ocorre quando as cargas possuem baixo peso e lotam os veículos antes de completar o limite de peso das carrocerias;
– Custo de devolução de mercadorias: Este custo ocorre em casos onde a mercadoria acaba sendo devolvida ao destinatário;
– Reentrega, segunda e terceira entregas: São custos adicionais para cada tentativa de entrega da mercadoria;
– Custo de estadia do veículo: São custos gerados quando o veículo permanece parado além de seu tempo limite;
– Custo de Administração das Secretarias da Fazenda: São custos “invisíveis” gerados pelos procedimentos adotados pelas Secretarias de Fazenda dos Estados. Desta forma, existe a Taxa de Administração das Secretarias da Fazenda (TAS) para ressarcir os transportadores.
– Custo de Dificuldade de Entrega: São custos adicionais para entregas que apresentam dificuldades;
– Custos de Restrição ao Trânsito: São os custos existentes em casos de restrição à circulação de veículos de transporte de carga e/ou à própria atividade de carga e descarga em determinados municípios.
Conhecer os principais custos do transporte rodoviário de cargas é fundamental para que a companhia possa administrar seu capital, realizar cobranças adequadas e até mesmo competir em seu mercado com eficiência. Portanto, vale a pena estar sempre atento a este assunto e acompanhar de perto os custos, já que alguns deles estão sempre em processo de reajustes.
Matéria escrita por Daniel Brasil.